Saúde

DOENÇA SILENCIOSA: Hepatite não tratada pode provocar câncer de fígado

A hepatite viral, quando não diagnosticada e tratada adequadamente, pode evoluir para complicações graves, incluindo o câncer de fígado. A informação é um alerta importante no contexto do Julho Amarelo, mês de conscientização sobre as hepatites virais. O principal risco está na forma crônica das hepatites B e C, segundo o médico infectologista Igor Queiroz, professor do curso de Medicina da Universidade Potiguar (UnP), cujo curso é parte integrante da Inspirali, o melhor ecossistema de educação em saúde do país.

“As hepatites B e C, quando não tratadas, podem causar inflamação persistente no fígado, o que favorece o desenvolvimento de cirrose e, em muitos casos, do carcinoma hepatocelular, um tipo de câncer de fígado. O processo é lento e silencioso, o que reforça a importância do diagnóstico precoce. Estamos falando de um câncer que, em muitos casos, pode ser evitado com um simples teste e, se necessário, início imediato do tratamento”, explica.

Ele também lembra que o fígado é um órgão vital, responsável por funções essenciais no organismo, como a metabolização de substâncias e a produção de proteínas. Quando afetado cronicamente pela hepatite, essas funções ficam prejudicadas. “É como uma agressão constante ao fígado. Com o tempo, esse processo inflamatório pode levar à mutação celular e ao aparecimento do câncer”, ressalta Igor Queiroz.

Hepatite é uma inflamação no fígado, geralmente causada por vírus. As principais variações são as hepatites A, B, C, D e E. A hepatite A, geralmente adquirida por ingestão de água ou alimentos contaminados, tende a ser aguda e autolimitada. Já as hepatites B e C são transmitidas principalmente por contato com sangue contaminado e relações sexuais desprotegidas, podendo evoluir para formas crônicas. A hepatite D depende da coinfecção com o vírus B, e a E é semelhante à A, com maior risco em gestantes.

De acordo com dados do Ministério da Saúde, o Brasil registra milhares de casos de hepatite a cada ano, muitos deles descobertos tardiamente. Igor destaca que essa demora no diagnóstico é um dos fatores que mais contribuem para a progressão da doença. “Muitas pessoas convivem com o vírus por anos sem saber, porque ele não dá sintomas no início. Quando os sinais aparecem, o fígado já pode estar comprometido com tumores”, detalha.

A boa notícia é que existem formas eficazes de prevenção e controle. A hepatite B, por exemplo, pode ser evitada com vacina, disponível gratuitamente no SUS. Já a hepatite C tem tratamento com antivirais de ação direta, que oferecem altas taxas de cura. “Hoje temos tratamentos modernos e acessíveis, mas o desafio ainda é identificar os infectados. Por isso, campanhas de testagem e informação são fundamentais”, afirma o especialista. Ele reforça que o diagnóstico pode ser feito por meio de exames de sangue simples, disponíveis nas unidades básicas de saúde, que detectam a presença dos vírus ou anticorpos. A detecção precoce permite iniciar o tratamento antes que o fígado seja gravemente afetado.

O docente da UnP/Inspirali também alerta para comportamentos de risco que podem expor as pessoas ao vírus, como sexo sem preservativo, uso compartilhado de objetos cortantes e drogas injetáveis. “É preciso quebrar o tabu e entender que qualquer pessoa pode estar vulnerável. O importante é se cuidar e fazer o teste, que é rápido e sigiloso”, frisa.

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